Praia do Sono / Paraty /RJ

Praia do Sono / Parary / Rio de Janeiro

Rio Preto / Funil - Minas Gerais

Cidade de Rio Preto (Rio Preto / MG)

A situação foi mais ou menos assim..


Há mais ou menos 10 anos, eu cursava faculdade com a Daniele (Minha xará e hoje minha comadre). Nessa época eu namorava com o Diogo. O Diogo ia passar o carnaval em Mangaratiba e não me lembro porque, eu não tinha como ir com ele. Lembro que eu o levei até o ônibus, ele e o Eduardo (que eu odiava) partiram e eu e a Aretuza (namorada do Eduardo) ficamos em Cpo Grande.

Bateu aquela sensação de chateação por ficar em casa o carnaval todinho... foi quando eu liguei pra Dany pra saber pra onde ela ia. Dany (que mora em Seropédica)  começou a rir dizendo que ia pro Funil passar o carnaval na casa de uma conhecida. Iriam ela, o Miminho (que na época namorava a Mônica e hoje é meu compadre - marido da Dany) , Monica, Kelly, Sandra Loló (Uma senhora louca demais... muito engraçada) e as duas cadelas da Sandra. Isso mesmo... duas cadelas e fomos de Kombi!!! Não estou falando de Van não... é Kombi mesmo!!

Povoado do Funil (Rio Preto / Funil / MG)

Saimos de Seropédica sexta feira à noite e pegamos a estrada para chegar à Rio Preto no sábado de manhã. São 218 Km. do Rio à Rio Preto. O nome da cidade é devido a um rio que serve como fronteira entre Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Chegamos à Cidade pela manhã, mas de Rio Preto ao Funil ainda tinha chão (de terra e muita subida) pela frente.

Localizada a 19 Km do município de Rio Preto, a Serra do Funil é uma ramificação da Serra da Mantiqueira. Chama-se assim porque o Ribeirão Sant'Ana, que nela passa, some misteriosamente dentro das pedras e reaparece 50 m à frente. Os moradores (Aprox. 400 habitantes) não sei se para assustar ou se é verdade mesmo, dizem que muita gente já sumiu porque as pedras puxaram e não tinha como sair...

Naquela loucura de cachorro latindo, kombi balançando, gente falando, chegamos ao Funil. Ficamos na casa da conhecida da Dany.

To aqui pensando num jeito de descrever...

Bom... tirando as poucas casas, havia um boteco (onde a galera se divertiu muito com um violeiro que tocava uma viola de 2 cordas). Tinha também uma gruta, uma igreja (Nossa Senhora da Boa Morte... e tinha uma imagem de uma santa morta... credo!) e um cemitério. Não havia luz e o único meio de comunicação era uma central precária de telefonia. Tinha que girar uma manivela para gerar a "corrente de toque" e chamar a telefonista que atendia e, através da solicitação do usuário, comutava os pontos manualmente através das "pegas". Assim um assinante era conectado ao outro. e foi desse jeito que eu consegui falar uma vez com a minha mãe.

O que a gente pode fazer no Funil??

Cachoeira da Água Vermelha (Rio Preto/Funil /MG)

Fazia muito frio, então a gente bebia cachaça e ouvia histórias de um senhor de uns 90 anos.
Ele contou que existia lobisomem por aquelas bandas e que era muito perigoso... detalhe... à noite o Miminho não conseguiu dormir. Se borrou todo com medo do tal lobisomem.

Fizemos algumas trilhas... uma delas para a Cachoeira Vermelha... e era mesmo vermelha... de longe parecia da cor da coca-cola! Seu nome tem origem na cor escura de suas águas, tanto por causa de algumas raizes de árvores, quanto aos minérios que compõem a água. Mesmo morrendo de frio entramos todos naquela água gelaaaaaada demais. Ganhei um resfriado que acabou comigo!!!

 Houve um dia que decidimos ir pra Rio Preto " Curtir" o carnaval. E como sair do Funil?? Só tinha um ônibus por dia e a carroça do leite. Que jeito né?? Fomos na carroça mesmo. Curtimos o máximo a noite e voltamos no ônibus que subia a serra de manhã.

Cacheira do Funil (Rio Preto / Funil / MG)

A conhecida da Dany disse que ia matar um porco pra gente... (à essa altura eu estava alcolizada - porque só dava pra beber cachaça... além da água da casa ser meio suja, estava frio demais, estava com um resfriado crônico, garganta inflamada, dor de barriga - por que leite de vaca não tem nada a ver com leite de caixinha... ou seja... derrotada). Pensei que o tal do porco poderia cair mal.. mas o que poderia piorar?? Enquanto eu pensava em um carré super suculento, me veio só o torresmo e o chouriço... a mulher guardou toda a carne do porco... que bandida! rs

Mas bem feito pra ela.. porque as cadelas da Sandra Loló comeram meia dúzia de pintinhos e frangos. kkkkk

Pra fechar... fomos eu e Dany andar a cavalo... mas tinha uma sela só. Dany foi no lombo do cavalo... O cavalo trotou um pouquinho e a Dany começou a gritar: "Paaaaaara que a minha bichinha tá doendo!!" Você não pode fazer idéia da cara dos mineiros do funil ouvindo aquilo... certamente devem ter comentado " Essa mulherada da cidade vem pra cá fazer vergonha" rs...

Nós tiramos um milhão de fotos... mas vai saber o que aconteceu com o filme... até hoje ninguém achou. Sim.. filme... ninguém tinha câmera digital. Logo as fotos que eu postei aqui foram tiradas do google.. é uma pena... mas que jeito! rs

To pensando em voltar pra acampar, fazer umas trilhas legais... vale muito a pena... passamos um sufoco, mas o lugar é fantástico!!





Mas acontece que tudo tem começo...

Vou começar da minha origem...

Bisneta de dois italianos... Angelo Bravin (meio safado, pelo que rege a história) e Amabbile Dela Bianca Bravin (Diz meu nono que esta tinha uma mão pesada... era uma mulher de fibra)...

Neta de Edma Callegari Bravin (reclama demais, cozinha bem que só, extremamente forte e emotiva, até hoje tem um sotaque distante... o "feijon" e a "minestra"dela é uma coisa de louco) e Amancio Bravin (Uma figura o meu nono... bronco, ria alto, cozinhava bem demais no fogão à lenha, temperamento forte, sotaque carregado, amava a terra e os pés no chão... dizia que lavar o cabelo fazia mal porque deixava as pessoas carecas, católico fervoroso, me fazia pegar uma enxadinha pra roçar com ele e eu era tão pequena quando ele me apresentou a boa e velha cachaça!!)

Filha de Affonso Bravin (Eu não tenho como descrever meu pai... sinto muita falta dele... mas era vermelho demais, com olhos azuis pequenininhos da cor do céu.  Nervoso demais, sacana demais... colocava apelido em todo mundo, amava plantas, livros, musica, animais, e obra... se hoje eu entendo um pouquinho de cada coisa é graças a ele que me ensinou 90% de tudo o que eu sei - inclusive os palavrões) e Sonia Maria Bravin (Brasileira com ascendencia portuguesa. Nunca conheci ninguém com o coração tão bom.)

Descrita a origem, dá pra entender porque a galera acha que eu sou doida... meus antepassados eram loucamente bem humorados e regados a comida, sacanagem e cachaça.

Eu gosto de cheiro de chuva, mato, barulho de água, boas risadas, família, dança, música, conversa pertinho da fogueira, comida de casa, vinho, cachaça, gosto de chegar a lugares diferentes e viver todos com extrema intensidade. Amo a sensação de fechar o dia e pensar: "Meu Deus, muito obrigada... porque se hoje for o último dia destinado a mim, eu posso partir feliz".